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Um homem entre gigantes - 2015

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Por Jason

Baseado em fatos reais, Um homem entre gigantes começa com o Dr. Bennet Omalu (Will Smith), neuropatologista forense que participa das investigações de um crime. Omalu, nigeriano, trabalha realizando autopsias com métodos e ferramentas diferentes dos convencionais em que conversa com eles e os respeita - e embora tenha um currículo enorme, sua forma de trabalhar não é vista com bons olhos. O filme leva o espectador então a Mike Webster (David Morse), um ex jogador de futebol americano que está mentalmente doente e se suicida. O caso dele intriga os médicos, principalmente o Dr Julian (Alec Baldwin), que acreditava que ele possuía um tumor mas que não era visível nos exames.

Omalu é chamado para cuidar do corpo mas ao investigar a causa da morte descobre que Mike sofria de lesões causadas pelo esporte devido ao excesso de pancadas na cabeça. Segundo seus cálculos rápidos, o jogador deveria ter batido a cabeça mais de 70 mil vezes durante sua vida no esporte, fazendo com o que cérebro entrasse em distúrbio, patologia que ele dá o nome de ETC - Encefalopatia Traumática Crônica. Com o auxílio de outros médicos, que inclui o Dr Julian, Omalu descobre que outros jogadores mortos possuíam os mesmos sintomas que Mike - ficavam agressivos, ouviam vozes, sofriam de insônia, eram depressivos, sofriam de demência, não possuíam senso de preservação e terminavam se matando. Omalu tenta convencer a NFL, liga de futebol norte americana, que, obviamente, o ignora - e começa a travar sua batalha contra a organização para preservar a saúde dos atletas. 

O filme traz um tema interessante e importante a ser discutido, mas que demora a engrenar. Há recursos pobres de roteiro, como no prólogo, onde o personagem apresenta seu currículo em cena, fórmula batida para que o espectador saiba quem o personagem é. Aliás, o roteiro do filme não deixa nada para o espectador deduzir junto às descobertas do doutor: o espectador é brindado quase que com uma ilustração em 3D do que ocorre com o cérebro no momento do impacto entre dois jogadores, para depois o doutor ilustrar com uma garrafa sobre o que ocorre com o órgão; mais tarde, explicar (mais uma vez, agora usando animais como exemplos) o que acontece com o cérebro no momento da pancada para, depois, explicar com o Dr Julian o que o espectador já não suporta mais saber. 

Dito isso, é interessante ver como a produção faz o filme redondo, como se estivesse sendo empacotado para alguma premiação, com diálogos formatados para causar impacto, seguindo a cartilha básica de biografias de homens comuns que fazem coisas importantes. A parte que ajuda e que deveria ser melhor explorada está no drama dos atletas, apresentadas e atropeladas rapidamente. Há outras coisas em paralelo que não ajudam muito, como o relacionamento pessoal desinteressante do doutor com sua mulher que ele conhece após abrigar em sua casa a pedido da igreja que frequenta - e que perde seu bebê depois de começar a ser perseguida. Muito se falou em uma indicação ao Oscar para Will Smith, mas o fato é que Smith, apesar de esforçado em tela, não a merecia - tinha gente em atuação melhor para indicação no ano. O filme desperdiça outros atores, como Alec Baldwin, Stephen Moyer, Adewale Akinnuoye-Agbaje e Luke Wilson, todos sem muito o que fazer pelos seus personagens. Ao final, o filme acaba valendo pelo tema e pelos esforços de Smith em reerguer sua carreira.

Cotação: 2/5

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