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A convocação - 2014



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Por Jason

Hazel Micallef (Susan Sarandon) é uma detetive da cidade de Port Dundas, um buraco gelado no meio do nada onde nada acontece. Viciada em analgésicos e álcool, com um problema sério na coluna, uma tentativa de suicídio fracassada, a perda de uma criança e problemas de relacionamento com sua mãe, Hazel descobre que uma senhora, conhecida da igreja que frequenta sua mãe, foi assassinada. A forma do crime é estranha e o caso é diferente do que ela já presenciou. A mulher foi morta com um corte no pescoço e deixada com a boca aberta. Hazel tenta descobrir o que aconteceu sozinha, mas quando surge outra vítima com as mesmas características, ela percebe que se trata de um serial killer. 


A princípio, ela é ignorada pelos superiores, que fornecem a ajuda apenas de um policial inexperiente homossexual (Topher Grace) que pediu transferência porque seu companheiro morreu. Ele descobre que o assassino está matando pessoas na região longe de jurisdições de estados diferentes, para embaralhar o jogo - e deixa uma assinatura incomum. Depois de muita investigação, os policiais descobrem que o assassino, juntando todas as vítimas, está mandando uma mensagem religiosa, já que as vítimas eram todas católicas e pela ordem que foram deixadas e a aparência dos cadáveres, parecem soletrar algumas palavras. Descobrem também que todas as vítimas estavam doentes - e o assassino é, na verdade, alguém que está tentando "curá-las" envenenando-as.

Apesar dessa trama interessante que poderia explodir nas mãos de alguém mais competente, o filme tem um problema sério de ritmo e desperdiça o talento dos envolvidos, principalmente Susan Sarandon, cuja simpatia e presença de cena sustentam o filme do começo ao fim. Seu personagem é complexo e Susan, metralhada de photoshop no cartaz, se garante, mas o roteiro parece engessá-la na personalidade fora do tom da personagem e na sua trama enfadonha. Ellen Bustyn, excelente aos 82 anos, surge como sua mãe, em boa caracterização e boa química na tela, mas seu personagem serve apenas de muleta para o drama pessoal subdesenvolvido de Hazel. Quando as duas entram em cena, porém, o filme sobe de nível. Donald Sutherland faz uma participação rápida mas Topher Grace, que nunca prestou, é a parte péssima do filme: ator de uma nota só, ele repete seus maneirismos habituais no papel de um personagem cujo maior pecado é mesmo a burrice. Seu personagem aliás é pessimamente desenvolvido e pouco nos importamos com ele. 

Não é só problema de roteiro do qual o filme sofre. A direção cabe a um estreante, Jason Stone que, se não chega a ser péssima também não chega a ser sobrenatural, deixando o filme com cara de supercine. Falta arrojo, criatividade, tensão e, pior, falta o mistério e suspense em torno da figura do assassino, escancarada rapidamente pelo filme. Seu modo de operação pouco é trabalhado: o assassino é cruel não pela forma como mata as pessoas, nem pela motivação religiosa em si e pelo fato de ter perdido o irmão suicida e ter intenção de trazê-lo de volta - o cara é desequilibrado, obviamente -, mas muito mais pelo fato de que ele se aproveita da desgraça pessoal de suas vítimas prometendo o fim das dores de cada um. Sem explorar esse lado e com uma reviravolta absurda envolvendo personagens que pouco fizeram na tela, o filme afunda. O final é um tiro no pé.

Cotação: 1,5/5 

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