
Por Jason
O advogado Elliot Anderson (Kevin Costner) acaba de perder sua esposa em um acidente de carro. Os dois criavam, juntos, a neta Eloise (Jillian Estell), já que a mãe da menina morreu no parto. No funeral, Elliot recebe a visita inesperada da avó paterna da garota, Rowena (Octavia Spencer), que exige que a neta seja criada pelo pai, Reggie (Andre Holland), um viciado em drogas, cuja negligência faz Elliot culpá-lo pela morte de sua filha. Agora, Elliot e Rowena vão entrar em uma luta pela guarda dela.
O letreiro no começo do filme avisa que Preto ou Brancoé baseado em fatos reais. Rowena está tentando uma guarda compartilhada, alegando que Elliott seria incapaz de criar a menina sozinha e alega que Elliot quer afastar a menina dos negros, da sua origem. No processo, o advogado (o irmão Jeremiah) tenta plantar a ideia que Elliot é racista e incapaz de amar a menina por isso, ao passo que reconhece que o pai da menina mais atrapalharia do que ajudaria, a contragosto de Rowena. Elliot, aliás, tem problemas graves de alcoolismo. Por outro lado, o pai da menina já havia sido condenado três vezes, está envolvido com problemas novamente, a vizinhança onde mora é ruim, a família é grande e mora toda junta em um bairro pobre da cidade. Os advogados dele se apoiam na ideia de que Rowena não conseguiria dar um futuro melhor para a menina. Paralelo a isso, Elliot não consegue conviver com a morte da mulher, o que não ajuda muito.
O que se vê na tela é tão superficial, bagunçado e irregular que não condiz com uma história baseada em fatos com a carga dramática que precisa, deixando o filme com cara de feito para a televisão tal qual aquelas produções baratas que passam no Super Cine. Sem peso dramático e profundidade, apostando num tom desengonçado de comédia dramática com direito a bate boca em tribunal que parece saído de programa barato de comédia de tv aberta, o filme afunda ajudado pelas interpretações fora do tom de Octavia Spencer e Kevin Costner.
Costner, em fim de carreira, não rende, apostando na caricatura de advogado alcoólatra. Já Octavia parece sempre repetir o mesmo papel desde quando ganhou o Oscar por Histórias Cruzadas como coadjuvante, fazendo caras e bocas e arregalando os olhos. Jennifer Ehle, como a esposa morta de Elliot, entra e sai batida do filme, fazendo papel de aparição muda. A trilha sonora massacrante sobe o tempo todo para enfatizar um momento dramático, quando não toca um tom completamente errado que não condiz com o que está acontecendo na tela. O filme poderia se transformar num conflito racial entre duas famílias, uma branca e rica e uma pobre e negra, resolvido num drama de tribunal pesado e mais interessante, mas atira tudo por água abaixo e o resultado é um verdadeiro desastre.
Cotação: 1/5