
Por Jason
No filme Fair Haven, o jovem James, de 19 anos, retorna à fazenda da família, para encontrar seu pai após a morte de sua mãe e depois de uma longa estadia em terapia cristã de conversão ex-gay. James se diz curado, mas quer ir para uma faculdade de Boston, enquanto o pai pretende fazê-lo seguir os caminhos das atividades agrícolas, alegando que isso será o melhor para ele. James fica dividido entre as expectativas de seu pai emocionalmente distante, e as lembranças de um passado amoroso que teve com um rapaz chamado Charlie, relação que ele diz estar superada.
Ao encontrar Charlie mais uma vez, porém, James começa a sentir novamente atração pelo rapaz. O plano do tratamento é plantar a ideia na cabeça de James que Charlie é como uma droga acabando com a sua vida e dessa forma voltar a ter desejos por mulheres, já que o dito especialista acredita se tratar de um desvio do seu caminho heterossexual natural. O pai tenta empurrar uma menina para ele, Suzy, filha de um conhecido que, graças a Igreja, está comprometida em casar virgem quando conhecer um rapaz interessante. James, claro, se esforça para ser hétero, e até perceber que de nada adiantará aquela tentativa de lavagem cerebral, vai sofrer até se entregar novamente ao seu amor.
O filme tem cara de supercine, bem barato, com uma trilha sonora terrível e chata que toca o tempo todo, além de uma direção que beira o amadorismo. Há as toneladas de situações clichês, como a descoberta da verdade por Suzi, a mudança de pensamento do pai, etc. As atuações, claro, são desastrosas, embora a ideia central não passe desapercebida. A mensagem clara é a de que todos precisamos viver o que sentimos e o que somos e não vivermos os sonhos e a vida dos outros; que devemos viver sem se preocupar com o que os outros pensam.
O roteiro não perde a chance de mostrar o quão nociva a influência da religião pode ser na vida de alguém - o líder religioso associa, obviamente, a união entre pessoas do mesmo sexo como um pecado ou coisa do demônio que deve ser superada a qualquer custo ou quando a vida de uma pessoa está saindo dos trilhos, Deus envia um sinal para devolvê-la ao "normal". Também tenta mostrar o quanto a falta de compreensão, de aceitação e de conhecimento de si mesmo podem fazer uma pessoa infeliz. Ao menos aqui, apesar da tosqueira, diferente da maioria dos filmes dessa temática, o final é feliz.
Cotação: 1/5