
Por Jason
Piratas da galáxiaé mais uma produção bagaceira surgida no rastro do sucesso de Guerra nas Estrelas. A diferença aqui, além do orçamento pobre, é a mistura de estética, que vai desde luta entre robôs com espadas em naves com cenários de papelão até conflitos com humanos vestidos de cavaleiros templários do espaço. É bizarro.
Em um mundo sem água, um tirano controla as reservas do planeta, enviando para o espaço imensos blocos congelados. Para resgatar a única esperança de vida, habitantes do planeta buscam a ajuda de piratas espaciais. O grupo vai parar em uma fábrica de escravos onde os homens são castrados para servir a uma princesa, Karina, salva anteriormente pelo grupo, e onde os habitantes da cidade transbordam androginia. Karina acaba comprando os dois amigos para trabalhar para ela, mas na verdade a Princesa tem outros planos para os dois. Ela quer usar as habilidades piratas de Jason e sua turma para encontrar seu pai que está desaparecido. Seu pai também saberia as coordenadas e o caminho para o sétimo mundo, um planeta onde teria água em abundância mas que seria quase impossível de ser encontrado.
O filme foi destinado a ser uma produção séria de sci-fi com um orçamento de 20 milhões, mas a MGM cortou o orçamento para 8 milhões e o roteiro precisou ser reescrito como uma comédia. O ator Kevin Costner teria recusado o papel principal de Jason, que passou para Robert Urich, oriundo da TV cuja atuação no filme funciona tão bem quanto a de um Kellan Lutz da época - e de péssimo a pior. Além dele, o filme conta com Anjelica Huston, pagando mico (incluindo uma luta de espadas em que corta a cabeça do seu oponente), John Carradine como um comandante supremo, o já estranho Ron Perlman indigno de qualquer nota, o então veterano John Carradine e uma participação do sobrevivente a podreiras Max Von Sydow.
Durante a produção, a equipe de som foi demitida e substituída - para piorar o composto final - e os efeitos especiais refletem o que havia de pior na época. Os cenários parecem obviamente todos improvisados - há locais que parecem ginásios ou galpões cobertos no improviso para parecerem instalações das naves e da cidade - e alguns são reciclados de outros filmes (sim, a cidade é reciclada de Fuga do Século 23), assim como os figurinos e as maquiagens que parecem preparados para um desfile de escola de samba. Em determinado momento, o filme evoca Mad Max - o planeta deserto com umas barracasa abandonadas e os veículos exóticos - com direito a uma sapa humanoide travesti - e Alien - no ovo podre que contamina a nave com herpes (!). A trilha sonora é horrenda e as atuações, claro, todas canastrissimas. Ironicamente, essa bomba conseguiu recuperar bilheteria, fechando em mais de 13 milhões de dólares. Tamanho empenho fez Gene Roddenberry , o criador de Jornada nas Estrelas (1966), brincar uma vez dizendo que o filme "era singularmente responsável por trazer de volta a pena de morte para a Califórnia."
Cotação: 0/5
O filme está disponível aqui.