Por Jason
Esse é o terceiro filme feito em CGI para a série de games de sucesso Resident Evil. O filme abre com um prólogo enorme, onde acompanhamos Chris Redfield em uma operação contra o traficante Glenn Arias, procurado internacionalmente por traficar armas biológicas. Uma das agentes, Cathy White, está desaparecida com seu filho. A missão é resgatá-la e capturar o traficante.
Ao chegarem no local, uma mansão, tudo parece abandonado, embora a sala de jantar ainda esteja arrumada e as velas queimem sobre elas. Mas logo, parte do grupo de militares é atacado por uma criança zumbi e Chris descobre que a mansão está infestada com as criaturas, que logo atacam os seus parceiros - por sinal, Cathy e seu filho também foram transformados em zumbis. Ao bater de frente com Glenn, o traficante explica que a diferença entre os zumbis normais e o que ele está produzindo é que estes são capazes de se aliarem e obedecerem a ordens. Paralelo a isso, a doutora Rebecca Chambers está desenvolvendo uma vacina contra o vírus zumbi quando é atacada pela capanga de Arias que espalha o vírus pelo complexo, mas não a tempo de Rebecca conseguir injetar nela mesma a vacina que criou. Rebecca é salva por Chris e ambos vão atrás de Leon Kennedy para impedir Glenn, cujo objetivo é liberar o vírus em Nova York.
Resident Evil Vendetta traz a mesma tecnologia para captura de movimentos de muitos anos atrás usada em Final Fantasy (2001) com a diferença que mantém os maneirismos digitais dos últimos jogos da última geração dos consoles. Os personagens são robotizados e sem muita expressão ou emoção, mas a animação flui bem durante uma hora e meia. É curioso perceber, por exemplo, que a trama central é melhor do que qualquer filme da série cinematográfica apesar de ser frouxa, bem simples e atolada de clichês - trata-se da fórmula batida de vingança, já que Glenn quer se vingar por ter perdido sua esposa e sua família, e de um ataque terrorista a cidade que é a maior vítima de desastres no cinema. Logo, em comparação com a série de cinema, a animação larga na frente - mesmo isso não dizendo muita coisa. Como produção que deveria funcionar sozinha, porém, ela deixa a desejar por recorrer a momentos que parecem ter saídos dos filmes da série que foram dirigidos pelo rei das podreiras, Paul W S Anderson.
Isso se deve pelo fato, talvez, de que o filme faz o caminho inverso dos games. Enquanto o último game, Resident Evil 7 aposta mais na velha fórmula do horror e do suspense em detrimento da ação dos anteriores e foi muito bem recebido pela crítica e público, aqui a aposta é na investigação e no tiro, porrada e bomba que explodem no terceiro ato. O filme não poupa o gore - pedaços de personagens voam pra tudo quanto é lado quando é preciso - e as criaturas bizarras além dos zumbis estão lá, assim como as ridículas: Diego, por exemplo, é um monstrengo nos moldes de Bane, inimigo do Batman, que se transforma em último estágio num tipo de Abominável, do Hulk, com garras retráteis enormes de fazer inveja a Zé do Caixão. Isso sem falar nos cães zumbis assassinos degoladores de pessoas, que correm mais rápidos do que automóveis. Há sequências absurdas e mal feitas de perseguições, cenas de luta de vergonha alheia, e buracos como o fato de que quando o segundo caminhão está para espalhar o vírus, parece que metade da população de Nova York sumiu repentinamente - para reaparecer em momentos seguintes. O final é aberto. Os fãs, para os quais a produção é destinada, provavelmente não reclamarão.