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A nona sessão - 2001

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Por Jason



"A nona sessão"é um filme de suspense que se passa no hospital psiquiátrico Danvers State. Cinco removedores de amianto, liderados por Gordon (Peter Mullan) e Phil (David Caruso), chegam ao lugar para tentar completar uma remoção do produto em apenas cinco dias, já que poderão ganhar bônus se conseguirem terminar nesse tempo. No começo tudo está tranquilo, até que um deles, Mike, conta sobre um caso envolvendo uma menina, que era estuprada pela família e tinha sido obrigada a participar de um ritual satânico, o motivo pelo qual o hospício foi fechado. 

Mike revira o lugar e descobre uma sala contendo os exames dos pacientes. Há ali nove fitas cassetes contendo nove sessões cada uma, em que um médico trata uma paciente chamada Mary. Mary é portadora de múltiplas personalidades - um menino, Billy, o "menino que tudo enxerga", a inocente menina Princesa e o malvado Simon, que o psiquiatra tenta manifestar. Simon, na verdade, pode ser um demônio, o mesmo que tomou conta de Mary e a fez matar seu irmão e seus pais - ou pode ser apenas uma face que todos os seres humanos carregam em um momento de ódio. De qualquer forma, como diz Simon ao final, "eu vivo nas pessoas fracas e feridas".

Paralelo a tudo isso, conforme os dias passam, cada um deles começa a se estressar devido ao trabalho difícil quanto ao prazo e o ambiente irritante. Hank (Josh Lucas) encontra num dos cômodos um buraco, de onde ele extrai diversas moedas. Interessado no dinheiro que pode ganhar, ele retorna ao local a noite, quando a equipe já foi embora, para pegá-las, mas é surpreendido por alguém e desaparece. Mais tarde, ele misteriosamente reaparece, chamando a atenção de todos. Gordon acredita que há algo mais ali dentro, embora não saiba o que é.  O terceiro ato do filme embaralha o jogo, de forma que o espectador só saberá o que aconteceu nos instantes finais.

O filme tem na ambientação o seu maior trunfo. Apesar do aspecto pobre da produção, que parece amadora, o hospício desolado e abandonado tem uma aparência por si só sinistra, o que segura o filme até o final. Outro trunfo está nas sessões, já que o espectador não é brindado com nenhuma imagem, apenas com as falas das sessões de Mary com o psiquiatra - e o momento em que Simon é revelado é, de fato, sinistro. O filme economiza nos sustos - há apenas um, em uma cena com Josh Lucas - mas carrega na tensão durante o segundo ato, com cenas tensas criativas, como no momento em que o sobrinho de Gordon, claustrofóbico, fica preso em um corredor que acabou de ficar sem luz ou quando Phil encontra Hank - que na verdade não é ele.

Os problemas do filme são muitos, principalmente a reviravolta final, um tanto forçada, do roteiro, onde tudo se resolve de maneira fácil demais e completamente solta - na tentativa de surpreender o espectador, o filme acaba se sabotando. Do elenco, Josh Lucas, que nunca prestou, é o pior, tem cara de idiota e faz papel de idiota. Os personagens são todos desinteressantes e a trama na tela não parece tão importante quanto a trama da menina Mary. Vítima da pobreza, o filme tem fotografia ruim, parece feito para a televisão, embora o som seja muito bem usado e junto com a ambientação formem uma dupla perfeita. O diretor do filme, Brad Anderson, tem uma carreira irregular, do qual se destacam os filmes O operário, com um anoréxico Christian Bale, um recente suspense Refúgio do Medo - em que retorna a ambientação de um hospício - Chamada de emergência, com Halle Barry e o péssimo Mistério da Rua 7. Como visto, ele ainda precisa mostrar a que veio.  

Cotação: 2,5/5

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